Os Desafios de Ser Mulher

Neste Dia Internacional da Mulher atrevo-me a dizer que, este trabalho não remunerado que é o desafio diário e constante de “Ser Mulher”, constitui um fardo emocional e psicológico que pode afetar o bem estar individual e a harmonia, nas relações sociais. E, apesar de estarmos a evoluir num bom sentido, muito caminho há, ainda, a percorrer.

Enquanto mulher, os nossos desafios – difíceis, mas não intransponíveis – impelem uma gestão adequada de um tempo que teima em não dar tréguas, como se nos fosse obrigado a colocar o bem estar físico e psicológico em agenda, adaptando as nossas expectativas em função de horários que não são os nossos, priorizando o acompanhamento e cuidado aos outros em detrimento do autocuidado.

Se, por um lado, temos a emancipação feminina, por outro, continuamos numa procura incessante para nos conseguirmos desdobrar em diversificadas tarefas e funções, como resultado de afirmação social. E, ainda que se verifique que o homem começa a assumir a responsabilidade e o papel de cuidar da família é essencial considerar que existe uma maior sobrecarga nas mulheres em relação à esfera familiar (cuidados domésticos, sua administração e na educação dos filhos).

Acresce o facto de nos continuarmos a debater com pressões estéticas e comportamentais, padrões corporais quase inatingíveis de uma modelo feminino publicitada e vendida pelos meios de comunicação e redes sociais, como se a mulher fosse definida, somente, pelo resultado de um “pacote exterior” objetificado e/ou sexualizado.

Não obstante, deparamo-nos com as demandas que as mulheres enfrentam como um desafio constante do assédio e violência de género, situação corroborada por estatísticas que são, ainda, avassaladoras. De facto, vivemos numa cultura em que é comum que seja estimulado o silêncio nos casos de violência doméstica (relembro a fatídica expressão, “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”), uma realidade que pode e deve ser alterada.

Torna-se, assim, imperativo consciencializar para o impacto da discriminação de género na Saúde Psicológica, uma vez que as mulheres apresentam elevadas taxas de stress, ansiedade, depressão, perturbação de stress pós traumático e perturbações do comportamento alimentar, em todas as idades e grupos sociais (Ordem dos Psicólogos Portugueses).

Não há uma intervenção ou política pública que, por si só, seja suficiente para resolver o desafio por uma sociedade mais justa, onde o maior medo que devíamos ter é o da falta de empatia e amor pelo outro.

Vamos, sim, pavimentar o olhar e o investimento na área de forma a atuar, preventivamente, no cuidado com a sua saúde mental e emocional. Vamos, sim, promover o autocuidado, a autorrealização, a continuação pela defesa da equidade e igualdade de género.

 

Por mais direitos e menos flores!

Feliz Dia Internacional ao reflexo da conquista e vontade de vencer… a todas nós… Mulheres!

 

Psicóloga, Tânia Anjos

 

 

Tânia Anjos,

Psicóloga na Clínica Valebesteiros

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