A Rinite Alérgica é uma inflamação da mucosa nasal que causa prurido, espirros, rinorreia anterior ou posterior e obstrução nasal. Os sintomas podem surgir de forma isolada ou combinada, sendo importante avaliar o seu início, duração, gravidade e impacto no sono ou nas atividades diárias. As etiologias mais frequentes são as infeciosas e as alérgicas, normalmente desencadeadas por ácaros e pólenes.
A rinite é a doença alérgica mais prevalente e, com o aumento do número de doentes, tornou-se um problema de saúde pública nos países industrializados. Estima-se que na Europa haja uma prevalência média de 25%. Embora o impacto económico da doença seja muitas vezes subestimado, devido aos custos diretos relativamente baixos, os custos indiretos associados às comorbilidades podem ser significativos.
Em Portugal, a prevalência da rinite alérgica é aproximadamente entre 22 e 26% da população geral.
A rinite está frequentemente associada a sintomas oculares em 70% dos casos e a asma em 33-44% dos doentes alérgicos, sendo um fator de risco para o seu desenvolvimento. Além disso, 3 em cada 4 doentes com asma tem rinite alérgica moderada a grave.
A rinite é também um importante fator de risco para a ocorrência de:
- Otite média;
- Sinusite crónica;
- Distúrbios do sono (incluindo a síndrome da apneia obstrutiva do sono);
- Problemas de aprendizagem;
- Baixa autoestima;
- Ansiedade e depressão, particularmente na infância.
As diferentes modalidades farmacológicas disponíveis são adotadas para o tratamento de acordo com a gravidade dos sintomas.
A evicção alergénica*, ainda que raramente seja possível a 100%, constitui a primeira medida a adotar no plano terapêutico, de acordo com o tipo de alergia. Existem também medidas preventivas específicas para determinados grupos alergénicos, como ácaros, animais domésticos, fungos e pólenes.
Os medicamentos são utilizados para o tratamento de crises, apenas quando surge um contacto mais intenso com o alergénio ou quando a exposição prolongada agrava os sintomas habituais. Os anti-histamínicos são efetivos para diminuir os sintomas como rinorreia, espirros e prurido. Para tratar a obstrução e inflamação nasal mostram-se eficazes os corticosteróides de aplicação tópica, descongestionantes e medicamentos anti-leucotrienos. Nos doentes com rinite alérgica e asma, estes medicamentos apresentam uma eficácia clínica e um perfil de segurança favoráveis face aos principais alergénios, nomeadamente os ácaros do pó doméstico, o pelo de gato e os pólens de gramíneas, árvores e ervas.
A imunoterapia específica requer um diagnóstico rigoroso de alergia mediada por imunoglobulina E, estabelecido através de testes cutâneos positivos, níveis elevados de imunoglobulina E específica e uma história clínica de agravamento dos sintomas após exposição aos respetivos alergénios. É considerada o único tratamento capaz de modificar o curso natural da doença alérgica, mantendo a sua eficácia durante vários anos após a sua interrupção.
É igualmente importante evitar que a doença evolua para asma e prevenir o surgimento de novas alergias.
*Eliminação ou minimização da exposição ao agente causador da alergia

Alexandru Ciobanu, Imunoalergologista


