8 dúvidas frequentes sobre Disfunção Erétil

A disfunção erétil afeta homens de todas as idades, sendo bastante frequente após os 50 anos e em indivíduos com doenças muito prevalentes, tais como diabetes, hipertensão arterial, outras patologias cardiovasculares, obesidade e dislipidémia. 

Os meios de informação, principalmente a televisão e a internet, estão cheios de publicidade sobre “tratamentos” para a disfunção erétil, oferecendo curas milagrosas e soluções fáceis para um problema de saúde que é complexo e merecedor de uma avaliação médica rigorosa.

Basta saber que a disfunção erétil pode ser um sinal de alarme para enfarte do miocárdio a curto-médio prazo e que alguns dos tratamentos podem ser perigosos se usados nos doentes errados.

Saiba alguns esclarecimentos sobre as dúvidas mais frequentes relacionadas com os tratamentos.


Os comprimidos para a disfunção erétil são todos “viagra”?

“Viagra” é o nome comercial do medicamento cujo princípio ativo é o sildenafil. Esta marca foi pioneira no desenvolvimento de um comprimido de toma oral direcionado para a disfunção erétil – o “viagra”. Hoje em dia, o sildenafil já é comercializado por marcas “genéricas”. 

No mercado português, existem apenas 4 princípios ativos autorizados: sildenafil, tadalafil, vardenafil e avanafil. Todos eles funcionam aproximadamente da mesma forma, pelo que podemos de forma simplista afirmar que se tratam de “primos” do “Viagra”.


Esses comprimidos são perigosos para o coração?

A crença generalizada que os comprimidos da família do “viagra” fazem mal ao coração é um mito. Na verdade, esses comprimidos até foram desenvolvidos na tentativa de melhorar doenças pulmonares e cardíacas. No entanto, doentes com doença cardíaca significativa podem não tolerar o esforço da atividade sexual e, por esse motivo, não devem/podem tomar este tipo de comprimidos. Em resumo, doentes com doença cardíaca podem ter indicação para realizar uma prova de esforço e/ou serem avaliados por cardiologista previamente à toma destes medicamentos, Além disso, os comprimidos da família do “viagra” não podem ser tomados em conjunto com certos medicamentos usados no tratamento de doenças cardiovasculares (especialmente nitratos), o que reforça a necessidade de consultar um médico antes de iniciar estes tratamentos.


Os medicamentos para a disfunção erétil têm comparticipação do estado?

Não! Embora a sexualidade seja um direito básico e um “sintoma de saúde”, nenhum medicamento para a disfunção erétil é comparticipado. A melhor solução terapêutica e os vários preços devem ser discutidas com o urologista.


Como devo tomar estes medicamentos?

De forma generalista, estes comprimidos devem ser tomados uma hora antes da relação sexual. Se não existir estímulo sexual, o medicamento não provoca qualquer ereção.  Não se deve repetir a toma no mesmo dia, mesmo que existam mais relações sexuais, uma vez que a maioria dos medicamentos tem uma duração longa (deve ser discutido com o médico em maior pormenor). O tadalafil pode ser tomado diariamente na sua dose mais baixa (5mg), o que permite ao doente maior espontaneidade, ou seja, “não tem que olhar para o relógio” de forma a prever quando terá a relação sexual.


Quais os efeitos secundários mais comuns dos comprimidos para a disfunção erétil?

Os efeitos secundários mais comuns são a cefaleia, o rubor facial, a dispepsia (“azia”), as tonturas e as dores lombares. Note-se que só uma minoria dos doentes tem efeitos secundários relevantes.


O tratamento é eficaz em todos os casos?

Não! Os comprimidos para a função erétil revolucionaram o tratamento e são eficazes na maioria dos casos. No entanto, os comprimidos “apenas” aumentam o fluxo de sangue para o pénis. Assim, percebe-se que muitas causas de disfunção erétil podem não melhorar com esta terapia, nomeadamente causas psicológicas, complicações de traumas ou cirurgias, distúrbios hormonais, entre outros. Adicionalmente, muitos doentes têm os vasos do pénis tão “degradados” que não é possível recuperar a função erétil com este método.


Os medicamentos e suplementos publicitados na televisão e internet são eficazes e seguros?

A resposta é difícil e seguramente existem muitas empresas que vendem os seus produtos com seriedade. Em relação aos suplementos, existe alguma bibliografia que mostra efeitos benéficos de certos compostos naturais e alimentos. No entanto, o grau de evidência é baixo. Em relação à segurança, sugiro o máximo cuidado. Estudos recentes mostram que muitos dos medicamentos comprados online, em sites não oficiais, têm doses “não controladas” e “não provadas” de vários princípios ativos, o que corresponde a um perigo para a saúde pública.


Só existem comprimidos para o tratamento da disfunção erétil?

Não! Primeiro, todo o doente deve ser avaliado e a sua disfunção erétil caracterizada, uma vez que pode existir uma causa facilmente reversível ou um componente psicogénico relevante que deva ser orientado para a Sexologia/Psicologia. Optando-se por tratamento farmacológico, existem no mercado várias opções para além dos comprimidos, nomeadamente a aplicação de um “gel” na glande do pénis, sendo expectável uma ereção em cinco minutos. Também é possível injetar um medicamento diretamente no pénis, dois a três minutos antes da relação, sendo este um tratamento bastante eficaz e normalmente reservado quando os outros não resultam. Para quem não quer medicamentos, as bombas de vácuo têm bons resultados. Por fim, quando nada resulta, o doente pode colocar uma prótese do pénis, uma cirurgia complexa, mas muito eficaz e com resultados muito satisfatórios.


Em suma é importante saber que:

  • A disfunção erétil tem tratamento na maioria dos casos;
  • Pode ser um sintoma de uma doença grave e deve ser discutida com o médico;
  • O tratamento deve ser prescrito pelo médico de forma a aumentar a probabilidade de sucesso e a segurança.
Urulogista
Mário Lourenço | Urologista na Clínica Valebesteiros de Viseu

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